séc. 21
Filosofias...
Se filosofar não fizer de mim filósofa, nem toda a vida quanta possa viver não constituirá para mim objecto de filosofia.
Sou, fui e serei o quanto viver, o quanto souber aproveitar desta terrena vida agridoce. Sou o resultado de um ponto, que nunca o foi. Sou quem existe no meu corpo, quem possui a minha alma, quem filosofa com a minha vida vivida ou a caminho disso.
O que fazer da vida, da voz que me identifica na multidão, dos olhos que me fazem ocupar o meu espaço? O que fazer das minhas questões, que são repetidas em relação às demais de todos, durante várias gerações? O que fazer de mim, que não sou mais do que um eu que se encontra neste mundo e tudo faz para se encontrar? O que fazer deste coração que jorra tanto de alegrias como de tristezas, e que tenta adaptar-se ao inadaptável, que é a surpresa constante da vívida sorte que nos persegue até ao último sopro?!Quiseram que filosofasse e eis-me a afirmar que há-de haver sempre filosofia desde o bercinho até à morte… É triste dizê-lo? Não, realista apenas. Afinal, somos matéria deste Universo que existe e persiste na sua calma perpétua. Quiséramos nós sermos especiais…