Internacional | 2009-07-25 12:19
O 94º Congresso Universal de Esperanto decorre naquela cidade polaca até 01 de Agosto.
Em Portugal, cerca de meio milhar de pessoas fala o esperanto, segundo dados da Associação Portuguesa de Esperanto, criada em 1972, após anos de dificuldades devido à perseguição de que foi alvo durante o regime do Estado Novo.
Ao todo, descreveu à Agência Lusa António Martins, presidente da associação, com base nos números de associados, 160 pessoas falam fluentemente esta língua, enquanto 300 podem ser considerados principiantes.
Mas a nível mundial, a comunidade esperantista deverá ascender a cerca de um milhão, segundo o responsável, uma estimativa que pode variar consoante o critério usado, e, mesmo assim difícil, de aferir, pois o esperanto não é língua oficial de nenhum país.
Em 1887, quando o filólogo polaco Ludwik Lejzer Zamenhof (1859-1917) lançou um manual com as regras da nova língua para facilitar a comunicação inter-étnica e inter-cultural, não imaginava que logo ao fim de uma década o esperanto se expandisse tão rapidamente.
A simplicidade das regras, o contexto histórico e social do surgimento do esperanto e a filosofia ética e universalista podem explicar essa expansão, que levou a UNESCO a calcular em dez milhões, nos anos 80, a comunidade de falantes, um número considerado "exagerado" pelo presidente da associação portuguesa.
Em Portugal, o perfil dos esperantistas é muito diverso e abrange várias idades, actividades profissionais e interesses pessoais.
"O que os une é o interesse intelectual ou línguístico por uma língua neutra, sem qualquer interesse hegemónico", sublinhou António Martins, antes de acrescentar que "cada vez que se usa uma língua na comunicação intercultural e étnica, mesmo não sendo intencional, está-se a favorecer um determinado povo".
Nascido há 150 anos, Zamenhof ficaria hoje surpreendido, ou talvez não, "mas de certeza satisfeito" por ver que o esperanto é uma língua viva, usada por milhares de falantes em todo o mundo.
A Internet tem sido nos últimos anos, sublinha António Martins, um dos meios mais usados para entrar em contacto com o esperanto, sendo que mais de metade das pessoas que estão a aprender usa esta ferramenta.
A comunidade tem traduzidas para esperanto obras de alguns dos principais autores da literatura mundial, como Shakespeare, Molière, Goethe, Cervantes, Gabriel García Márquez, García Lorca, Dante, Virgílio, e também de obras portugueses como "Os Lusíadas", do poeta Luíz Vaz de Camões.
Lusa / AO online