Leve, levemente...
Também eu sei o que é ouvir a mesma música vezes e vezes sem conta…e pegar em todas as pontas (e mais algumas) de um assunto inacabado, de infinito conteúdo por vezes…e a interminável música espalha-se e vai juntando numa mesma base as palavras que foram ditas e as que ficaram por dizer. As notas, os tons, os acordes, os graves e os agudos pairam no ar e, na minha mente, os pensamentos conjugam-se e o raciocínio estabelece-se com coerência.
A música é este elemento reconciliador, harmonioso, que abre a minha mente para a introspecção e que permite enfileirar a minha concentração nos imensos caminhos disponíveis através do relaxamento necessário. Também eu sei o que é ouvir a mesma música vezes e vezes sem conta, como se fosse um estímulo à penetração cada vez mais funda do meu ser, com tempo e disponibilidade para tal. À medida que a doce melodia avança, também os meus pensamentos se tornam nítidos, como se espalhados num líquido e que os pescasse e lhes desse a ordem que desejo ou que eles necessitam. A música é a minha musa inspiradora e libertadora, que me permite ser eu própria e resolver situações, desatando os nós invisíveis que me aprisionam, afastando-me da calma que o meu espírito está habituado a e merece.
E sempre que a música termina…a minha mente pára, o meu corpo fica tenso até que volto a clicar no “play”. Ah!...Agora que a música soa de novo, a mente processa novamente. Qual alívio!... Parece que a minha mente é movida a música. Estranho feito, mas admirável efeito. A música liberta-me e alivia-me. Ela leva-me de volta às estrelas, simples e belas, porque simples no seu brilhar.
Porquê? Não sei, mas soa-me bem e faz-me sentir mais leve :O)